terça-feira, 15 de maio de 2012

Pontos-chave | Desaparecimento em Salvador

Foto: Tom Correia


1. Falta de efetivo e treinamento especializado 
Necessidade de contratação de agentes e reestruturação do curso de policiais civis, atualmente com duração de três meses.

2. Infra-estrutura precária
Basicamente a aquisição de armamentos, viaturas, equipamentos e reforma das delegacias depende de dotação orçamentária.

3. Estatísticas de baixa qualidade
Interpretação dos dados colhidos junto aos familiares geraria banco de dados com alto grau de precisão, identificando o perfil do desaparecido.

4. Relacionamento distante com a mídia
Historicamente a relação da Polícia com a imprensa é marcada por tensões, mas uma aproximação em nome de ações articuladas poderia marcar uma nova fase entre jornalistas e agentes da Secretaria de Segurança Pública.

5. Transferência da investigação para as famílias
A maioria das famílias não possui recursos financeiros nem técnicos para deslocamento e averiguação. Além de expor ao risco quem procura seus parentes, a “terceirização” invalida os números oficiais de casos solucionados.

6. Foco na investigação policial desconsiderando o aspecto social do desaparecimento
A Polinter é especializada em Busca e Apreensão autorizadas por mandados judiciais. Em todo o país não existe uma delegacia que trabalhe exclusivamente com os desaparecidos, o que se reflete em atendimento desumanizado ao cidadão.

7. Relação utilitária com instituições que atuam na busca de desaparecidos
As ONG's que cuidam de desaparecidos em Salvador são taxativas ao afirmar que a Polinter encaminha os casos (outro tipo de “terceirização”), mas não concede o crédito pelas localizações. Uma parceria institucional talvez fosse uma saída.

8. Perpetuação da cultura das 24 horas para registrar ocorrência
Todos os entrevistados afirmaram que só puderam fazer o registro após um dia de o fato acontecer. Sem saber dos seus direitos, as famílias poderiam apelar para a lei 11.259 e obrigar os agentes a registrarem o boletim.

9. Falta de integração com outros órgãos do Estado (Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, Ação Social, Ministério Público) para estabelecer ações conjuntas
O trabalho conjunto provavelmente implicaria resultados satisfatórios, como campanhas educativas, criação de canais diretos para denúncias e mobilização da sociedade. No exterior, as ações integradas são um dos pilares para a prevenção.

Nenhum comentário:

Postar um comentário